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Criação de Peixes em Tanques Escavados: Dá Lucro Mesmo?

Você já parou pra pensar que pode ganhar dinheiro criando peixe no quintal de casa, ou numa terrinha alugada aí do lado? Pois é…

Muita gente começou nessa com pouca estrutura, quase nenhuma experiência, só com a cara e a coragem. E adivinha? Alguns se deram bem. Outros… nem tanto.

A verdade é que a criação de peixes em tanques escavados virou uma alternativa tentadora pra quem quer fugir das armadilhas do campo sem abandonar a terra. Mas será que dá lucro mesmo?

A gente foi atrás dessa resposta sem floreio. Nada de teoria bonita que não se aplica no dia a dia. Vamos conversar sobre investimento, tempo, paciência e, claro, riscos. Porque tem, viu?

Vamos nessa?


Por Que Todo Mundo Tá Falando de Tanques Escavados?

A criação de peixes em tanques escavados virou o novo “ouro azul” do interior. E não é exagero. Só no Brasil, a tilápia — o peixe mais comum nesse tipo de criação — movimenta uma indústria que bate na casa dos bilhões.

E o mais louco: dá pra começar com um terreno de mil metros e fazer a água virar grana, literalmente.

Mas aí você pensa: “se é tão bom assim, por que todo mundo ainda não faz?”. Ótima pergunta.

É que, apesar de parecer simples, o negócio exige uma curva de aprendizado. E isso inclui lidar com mortalidade de peixes, qualidade da água, alimentação certa, controle de doenças… sem falar do mercado. Não adianta nada criar se você não consegue vender.


Os Custos Que Ninguém Gosta de Contar (Mas Que Precisam Ser Falados)

Vamos jogar real? Abrir um tanque escavado custa. Pode não ser uma fortuna, mas não é de graça. Só a escavação com retroescavadeira já passa fácil dos R$ 3.000 por tanque.

Soma aí lona (se precisar impermeabilizar), bombas de oxigênio, ração de qualidade e o próprio peixe (os alevinos).

E nem falamos da parte mais invisível: o seu tempo. Sim, porque por mais que você sonhe com “renda passiva”, no começo é mão na massa.

Cuidar da água, do pH, da limpeza… E se chove demais ou seca demais? A natureza também tem sua parte no lucro ou no prejuízo.

Mas calma. Dá pra começar pequeno e crescer aos poucos. Muita gente faz isso.


Tá, Mas E o Lucro da Criação de Peixes em Tanques Escavados?

Vamos direto ao ponto: dá lucro sim — mas não de qualquer jeito. A criação de peixes em tanques escavados só vira uma fonte de renda viável se você tiver planejamento e entender um pouquinho de gestão rural.

Em média, um tanque de mil metros quadrados pode produzir de 2 a 5 toneladas de tilápia por ciclo (que leva de 6 a 8 meses).

Com o quilo da tilápia girando em torno de R$ 10 no atacado, dá pra faturar de R$ 20 mil a R$ 50 mil por ciclo.

Agora tira os custos: ração, energia, mão de obra, alevinos… e vai sobrar algo em torno de 30% de margem líquida. Ou seja, R$ 6.000 a R$ 15.000 por ciclo.

Nada mal, né? Mas lembra: é o valor bruto. Se perder peixe por doença, queda de energia ou erro de manejo… já era.


Do Hobby ao Negócio: A Virada de Chave Que Pouca Gente Fala

Conheci um caso curioso: o Leandro, lá de Uberaba, começou com um tanque improvisado no fundo do quintal. Queria só “fazer um teste”.

Dois anos depois, tá com seis tanques, vendendo peixe limpo, embalado, direto pro consumidor. E ele diz que o que mudou o jogo foi parar de tratar como brincadeira.

E tem razão. Muita gente começa achando que é só jogar o peixe na água e esperar crescer. Mas não é assim, tem técnica, tem rotina, tem erro e aprendizado. A criação de peixes em tanques escavados exige visão de negócio.

Se for só passatempo, tudo bem. Mas se quiser lucro de verdade, tem que levar a sério.


Aprender Errando Dá Prejuízo. Aprender Com os Outros, Economiza

Antes de meter a pá na terra, conversa com quem já faz. Visita uma propriedade, pergunta, anota. Porque cada região tem suas particularidades: clima, solo, qualidade da água… tudo isso influencia no sucesso da criação de peixes em tanques escavados.

Ah, e tem curso gratuito, viu? O Sebrae, o Senai e até universidades federais oferecem conteúdo que ajuda muito. Melhor gastar umas horinhas estudando do que milhares corrigindo erro.


Venda É Mais Importante Que Produção

Sabe qual é o maior erro de quem começa? Focar só no peixe. Esquece que peixe sozinho não paga conta. Tem que vender. E vender bem.

Criação de peixes em tanques escavados sem um plano de comercialização é receita pra frustração. Feiras locais, mercados municipais, restaurantes regionais, grupos no WhatsApp… tudo vira canal. E não subestime a embalagem.

Um peixe limpo, bem cortado e bem apresentado vende muito mais.


FAQ – Perguntas Frequentes Sobre Criação de Peixes em Tanques Escavados

  1. Precisa de licença pra ter tanques escavados?
    Depende do estado. Em muitos casos, sim. Órgãos ambientais como o Ibama ou secretarias estaduais exigem autorização, principalmente se for perto de rio ou em área de preservação.
  2. Tilápia é mesmo o melhor peixe pra começar?
    Na maioria dos casos, sim. Ela cresce rápido, é resistente e tem mercado garantido. Mas em regiões mais frias ou específicas, outras espécies podem se adaptar melhor.
  3. Quanto tempo leva pra ter retorno?
    Em média, de 6 a 8 meses por ciclo. Mas o retorno financeiro costuma aparecer mesmo depois do segundo ciclo, quando os erros iniciais são corrigidos.
  4. Tanque escavado é melhor que tanque de lona?
    Não necessariamente. O escavado tem durabilidade maior e é mais natural, mas exige mais estrutura inicial. O de lona é mais rápido de montar e mais fácil de controlar, ideal pra quem tá testando o modelo.
  5. Preciso ter funcionários?
    Depende do tamanho da produção. Um ou dois tanques dá pra cuidar sozinho ou em família. Mais que isso, talvez precise de ajuda pra manter a qualidade da água e alimentar os peixes na rotina certa.
  6. E se faltar energia? Perco tudo?
    Não necessariamente, mas é um risco real. Bombas de oxigênio desligadas por muito tempo podem matar os peixes. Por isso, é bom ter gerador ou plano B.

Conclusão

Se você chegou até aqui, talvez esteja mesmo considerando apostar na criação de peixes em tanques escavados.

E olha… não dá pra negar que tem potencial. Mas não é fórmula mágica, nem promessa de dinheiro fácil.

É um negócio. E, como qualquer negócio, precisa de dedicação, estudo e, às vezes, um pouco de intuição.

Talvez o maior segredo esteja justamente em começar pequeno, errar barato e aprender rápido. A água ensina. O peixe também. E o mercado… ah, esse cobra caro de quem não leva a sério.

Será que chegou a hora de colocar a mão na terra e ver se o seu lucro também pode vir da água?